Como anda o meu julgamento?


Autor: Izabel Cristina Heberle

Psicoterapeuta Reencarnacionista, Coach, Escritora e Terapeuta Holística.

O termo julgar significa sentenciar. Isso faz sentido para você?

Querendo ou não, julgamos muito rapidamente, mais do que deveríamos. Julgamos o comportamento, o modo de vestir, de falar, o modo como os outros decidem sobre suas questões e muito mais.

Somos ótimos julgadores, porém péssimos ouvintes. Antes de “julgar” precisaríamos ouvir, pois é assim que em um processo judicial o juiz atua, ele primeiro ouve, avalia e depois emite a sentença ou o julgamento.

No nosso dia a dia não é assim que funciona, somos muito rápidos em julgar as atitudes alheias, sem nos colocarmos no lugar do outro para saber o que se passa, ou no mínimo para colher alguns detalhes da situação que levaram àquela decisão.

É muito comum observarmos isso nas redes sociais, em que julgamos o tempo todo, esquecemos que o que foi postado – seja uma entrevista, um ponto de vista ou um artigo – é apenas uma fração, uma ideia do que está ocorrendo naquele momento. Então, como seria fazer as perguntas certas antes de julgar? Vejamos:

Como será que a pessoa está se sentindo?

O que a levou a tomar determinada decisão?

Qual será o contexto em que ela está inserida neste momento?

Como posso ajudar?

Esta última questão é bem esclarecedora: como posso ajudar? Como seria não julgar? Este seria um princípio de grande ajuda, pois evitaria sofrimentos e desgastes, até porque, se você está vivenciando algo semelhante à situação em que você emitiu um julgamento, deveria se voltar para sua própria situação e se perguntar: o que mais está acontecendo com o outro que o levou a tal decisão?

Tem a ver também com a coragem da tomada daquela decisão, talvez a coragem que você mesmo ainda não tenha, ou sua situação está em um nível de controle que ainda é suportável por você, ou simplesmente porque você acredita que não tem outra solução. E não tem nada de errado com isso. Cada um tem o seu tempo e suas próprias referências internas, e justamente por essa razão, em um mundo que por si só já é duro e inflexível na maior parte das vezes, deveríamos ser mais acolhedores e menos julgadores.

O que o outro faz ou deixa de fazer não nos diz respeito, pois estamos neste mundo, nesta experiência terrena, justamente para refinar todas essas posturas, aprender o que se faz necessário e evoluir em todos os aspectos. Lembrando que cada um tem o seu tempo.

Considerando esta hipótese, como seria pelo menos avaliar e se colocar no lugar do outro antes de julgar? Somos todos seres em construção, aprendizes que precisam exercitar os ensinamentos que já recebemos há mais de 2.000 anos pelo menos, como, por exemplo:

“Atire a primeira pedra aquele que não tiver pecado” (João, 8:7). Ou:

“Não julgueis para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” (Mateus, 7:1-2).

Com certeza a história nos traz muitos mais destes mesmos ensinamentos, que são a base para o despertar das consciências, que nada mais é do que compreender o seu propósito neste tempo e a sua responsabilidade para com cada ato e cada pensamento emitido. Pensamentos são energias que emitimos a todo momento, então pergunto: quais são as energias que você emite diariamente?

O mundo extrafísico é plástico, sensível aos nossos pensamentos e ações, e isso molda o mundo a nossa volta, molda o cenário em que estamos, logo, ter esta consciência nos ajuda a olhar o outro com mais compreensão de que, se não conheço o contexto todo, não seria ético emitir opinião a respeito.

Isso faz sentido para você?